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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Occupy Wall Sreet: um olhar crítico


A crise atual me parece vir na esteira de duas coisas pontuais e uma mais ampla. As pontuais são duas irresponsabilidades: a irresponsabilidade fiscal de vários dos países mais ricos e a liberalidade irresponsável dos órgãos oficiais de fiscalização financeira dessas mesmas principais economias. A primeira me parece conseqüência de interesses eleitoreiros de curto prazo, e a segunda de uma fé irreal nas virtudes do liberalismo econômico. Em ambos os aspectos, parece que hoje o Brasil, com sua lei de responsabilidade fiscal e seus órgãos oficiais de fiscalização dos mercados, quem diria, tem muito a ensinar a boa parte da Europa. A Alemanha permanece como sinônimo de país sério navegando numa nau de insensatos, a União Européia.

A coisa mais ampla é a superpopulação do planeta e a percepção tardia de que o número de seres humanos e o crescimento econômico (pelo menos no modelo atual) necessário para lhes dar sustento decente têm limites impostos pela capacidade deste planetinha azul. Bem, antes tarde do que nunca. Essa é uma outra conversa.

Também acho que se as economias das nações ricas estivessem bem, não haveria este movimento. Penso, no entanto, que será dessas mesmas nações capitalistas e democráticas que virão as melhores idéias para reverter a situação. Protestos como esse na China, na Síria ou Cuba seriam impossíveis. Vivas à liberdade de expressão e ao incentivo à iniciativa individual.

Penso ainda que se este movimento não oferecer alternativas mais objetivas, em vez de protestar contra "tudo isso que está aí", vai se extinguir sem provocar nenhuma mudança. Precisam ser mais específicos e sugerir alternativas claras. Tem gente séria, inteligente e com idéias ali no meio. Mas também parece que muitos estão lá apenas para dizer: “Quero meu emprego e aquele imóvel acima de minhas posses, que eu não pude pagar a hipoteca, de volta”.

3 comentários:

  1. Compañero, la protesta de este tipo en Cuba sería muy bien aceptada y alentada por el Gobierno...

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  2. Essa aí, contra o capitalismo, por supuesto. Iam dar ponto facultativo e alimantar a galera. Mas vai falar mal de Fidel para ver o pau cantar no quengo!

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  3. Concordo com suas colocações e acrescento algumas ponderações:

    A questão fica agravada pelo modelo de consumismo exacerbado pregado pelos norte americanos ao longo dos últimos 60 anos. Comparativamete se o crescimento populacional se baseasse no padrão de consumo indiano poderíamos crescer ainda muito mais, no entanto pelo padrão dos EUA, já estamos consumindo muito além das possiblidades do planeta. O Marketing vem seduzindo gerações com suas técnicas para ampliar o consumo além do necessário, incuindo neste rol as mensagens subliminares.

    Outra questão é o envelhecimento da população mundial e a concentração nas grandes metrópoles mundiais, o que pressiona as necessidades médicas e de previdência social e privada complementar, visto que a expectativa de vida aumenta e os mais idosos ampliam suas necessidades de saúde em relação aos mais jovens. Existe uma pressão recorrente em vários países no sentido de extender o tempo de contribuição para a previdência, enquanto que as previdências complementares ainda estão restritas a um percentual mais privilegiado da população. Não existe cultura no ocidente para se fazer reservas de recursos em fundos de previdências que suportem as necessidades no futuro.

    Por fim, destaco o controle para a concessão de crédito ao consumidor final, que é uma necessidade para se evitar a bolha da inadimplência explodir para cima de todo o mercado. No Brasil este controle também funciona muito melhor do que nos EUA.

    A regulamentação e o controle fiscal governamental fazem todo o sentido, pois o mercado não se auto regula levando ao equilíbrio exatamente como pensava Adam Smith, prevalecem interesses que distorcem os resultados.

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