Eles já tinham começado a
bebericar o vinho e a provar as entradas quando Richetti tirou o estojo de
veludo negro do bolso interno do paletó e o colocou no centro da mesa, ao lado
do candelabro. Seus olhos, brilhando de expectativa, se ergueram em direção aos de Leila, que não
conseguiu deixar de ser óbvia: “Para mim?” Ele respondeu com um sorriso, o
olhar ainda fixo no dela. Depois de alguns segundos (os olhos dela mostravam
surpresa, mas não foi exatamente um brilho o que ele viu; mas poderia ser só
impressão ou excesso de expectativa) ela lentamente baixou o olhar de volta ao
estojo clássico, que se destacava contra o branco da toalha. Segurou-o com
delicadeza por alguns instantes antes de abri-lo. Percebeu, junto à curiosidade,
um certo receio (a caixa de Pandora, o pensamento deslocado esvoaçou silencioso
como um morcego na noite). Pressionou com cuidado o centro na parte inferior da
frente da caixa. Sim, ela já ganhara uma joia antes, apenas uma. O fecho oculto
sob o veludo fez clique, mais uma vibração que um som. Dentro, sob o forro
também negro, um par de brincos. Dois pássaros em ouro branco pousavam sobre flores
tropicais feitas de gemas azuis, um motivo clássico em uma bela interpretação
contemporânea. “Meu Deus!”, ela deixou escapar.
Apenas duas semanas antes Leila
fora convidada a participar de um programa de entrevistas num canal de TV.
Depois de investir pesado em cursos de medicina estética e gastar montes de
dinheiro em decoração e arquitetura no seu consultório dermatológico, boa parte
dos quais emprestados pelo banco, as coisas finalmente tinham deslanchado. Uma
amiga de infância de sua irmã mais nova, aquela que fizera formação em teatro
depois de perder dois vestibulares para direito, emplacara recentemente um bom
papel secundário na novela das seis. Essa moça procurou-a no consultório,
preocupada com sua acne renitente aos vinte e poucos anos. Caso simples, bom
resultado. A moça indicou-a para suas antigas colegas de “Malhação”. Aos
poucos, atrizes e atores famosos foram aparecendo e ela começou a viver seus
minutos de fama, com direito a uma capa na Revista de Domingo. Bom para os
negócios. No telefonema da TV informaram-lhe quais seriam os outros convidados
do programa. A estrela da tarde seria Rodrigo Richetti, o escritor fenômeno, o
intelectual que vinha conseguindo a façanha de vender centenas de milhares de
livros sem abrir mão da qualidade literária, o maior fenômeno editorial
brasileiro desde Paulo Coelho. Aqueles que automaticamente ligavam seu nome a
vaidade e futilidade em função de seu ganha-pão dificilmente suspeitariam ser
Leila uma leitora voraz. Se pudesse escolher uma outra profissão, Leila secretamente
gostaria de ser crítica literária.
A perspectiva de conhecer
Richetti pessoalmente a deixou excitada. Afinal, lera três de seus livros e
gostara bastante. Romances psicológicos, personagens complexos, angustiados e
profundamente verossímeis vivendo enredos envolventes. Ele era presença já
anunciada na próxima Flip e, de forma talvez inédita, seu nome vinha sendo divulgado,
com o mesmo destaque que o de convidados estrangeiros pelos organizadores da feira.
Realmente, um ótimo escritor nacional, que conseguira quebrar uma sequência de
romances contemporâneos ingleses e americanos na cabeceira de Leila.
À medida que se aproximava o dia
da gravação, os pacientes daquela próxima quarta à tarde já devidamente
remarcados, ela começou a se dar conta de que seu desejo em conhecê-lo talvez
não se resumisse às motivações literárias. Lera tudo que conseguira achar na
internet sobre Richetti: resenhas, entrevistas e artigos, mais dois vídeos de
entrevistas no Youtube. Richetti era alto, claro e ligeiramente calvo, os
cabelos desalinhados e louros um pouco crescidos na nuca quase chegavam aos
ombros, um estilo que lhe pareceu mais fruto de descuido do que algo estudado.
Sob a testa grande, achou seus olhos pequenos, inteligentes e penetrantes, mas
o arco das sobrancelhas, ligeiramente arqueados para os lados sugeriam timidez
e desamparo. Leu que ele vinha de uma família abastada de industriais do ramo
de cosméticos. Fora casado com uma artista plástica de renome, da qual estava
separado havia alguns anos. Uma filha já crescida e nenhuma badalação no
currículo, uma personalidade reservada, concluiu.
Leila também havia desfeito um
casamento curto e não tivera tempo de ter filhos. Depois, vivera dois casos que
se poderiam considerar sérios. O segundo, um pouco mais longo, terminara de
forma melancólica depois que ele descobriu sofrer de um grave problema de
saúde. Isso havia mais de cinco anos. Desde então seus pensamentos estavam
todos focados no trabalho. A bem da verdade, a não ser aos domingos e na meia
hora dos dias de semana, antes de adormecer, quando supria sua lacuna emocional
com literatura. Vez por outra pensava se algum dia voltaria a ter um
envolvimento sério. Era uma mulher bonita aos quarenta, bem conservada e bem
tratada, como, aliás, exigia a profissão de zelar pela beleza alheia. Os
melhores cremes para o rosto e para a pele, os melhores xampus, horas semanais
no salão de beleza e na academia. Ficar remoendo esperanças em relação a seu
futuro afetivo só servia para causar sofrimento, além de ser completamente
inútil, melhor focar no trabalho e não pensar no assunto, se tivesse que
acontecer, que acontecesse, racionalizava. Ter-se tornado conhecida e seu
relacionamento profissional com pessoas verdadeiramente famosas tivera o efeito
paradoxal de afastar os homens. Até mesmo as abordagens daqueles que visavam
relações de curtíssimo prazo, que nem eram tão frequentes quanto se poderia
imaginar, escassearam ainda mais.
No dia da gravação Leila se viu
demorando mais do que o habitual na escolha do que vestir, mesmo levando-se em
conta que iria aparecer na televisão. Um vestido parecia curto demais e um
pouco vulgar; outro, sério demais, lhe daria uma aparência excessivamente
velha; um terceiro era por demais sem graça, e assim por diante. Sentia uma
excitação estranha que só conseguiu decifrar quando escolhia a calcinha que
usaria naquela tarde. Sim, era isso: ela não se sentia tão excitada
arrumando-se para uma ocasião desde a última vez em que saíra para o primeiro
encontro amoroso com seu último namorado. Achou aquilo engraçado, deu uma
risadinha nervosa, a comédia daquela situação. Por causa do Richetti, que
ridícula. Acabou optando pelo vestidinho cinza, cuja cor discreta fazia
contraponto com o corte justo e o decote amplo. Sapatos altos bicolores em
cinza e preto e bijuterias douradas, bem vistosas, completariam o visual.
Os quatro convidados daquele
programa, dispostos pela produção, sentavam-se intercalados com três jornalistas,
a veterana âncora do programa no centro do semicírculo. Richetti ficou
posicionado quase diametralmente oposto a Leila. Ele vestia-se com discrição e
elegância, blazer bem talhado sobre camisa branca sem gravata. Pessoalmente,
Leila avaliou-o: parecia mais novo do que os seus 54 anos que ela descobrira ao
fazer o dever de casa. Enquanto
aguardavam o início da gravação, percebeu os olhos dele voltados para ela ocasionalmente,
mas ele sustentou rapidamente o olhar apenas uma vez. Um sorriso discreto e
hesitante, que fez com que as pernas dela se descruzassem e cruzassem novamente
de forma automática, aquele reflexo medular ancestral que as mulheres não
conseguem controlar.
Ela foi a segunda a ser
entrevistada e a que recebeu o maior número de ligações e mensagens de texto da
audiência. Richetti, a estrela da tarde foi o último. Seu currículo sucinto e
os números robustos de suas vendas foram relatados pela âncora. Depois, as
perguntas dos vários jornalistas foram se sucedendo de maneira óbvia e
previsível. É incrível a resignação dos escritores em responder sempre as
mesmas indagações aborrecidas, Leila pensou: o quanto seus livros têm de
autobiográfico, se tal personagem seria seu alter-ego, como é seu processo
criativo, as baboseiras de sempre. A certa altura Leila pediu a palavra e fez
uma pergunta sobre um aspecto sutil que permeava os três romances dele que ela
havia lido: o conflito entre as pulsões atávicas, muitas vezes cruéis, e a
determinação individual das personagens de seus livros. Ele ergueu-se na
poltrona: “Ótima pergunta!”. Pareceu ser a primeira que ele realmente teve
interesse em responder. “Ela realmente leu as palavras e entendeu as
entrelinhas”, pensou.
Terminado o programa, ele só
tinha olhos para Leila e sentiu um estremecimento quando ela se aproximou:
“Pena eu ter-me esquecido de trazer um de seus livros para um autógrafo, que
idiota eu sou”. “Podemos providenciar isso numa outra ocasião, não?” disse ele
mordendo a isca. E trocaram seus endereços de e-mail e perfis na rede social.
Seguiram-se dias de bate papo
virtual, naquele enlevo que só as paixões que estão ainda a se acenderem
proporcionam. A cada intervalo entre duas consultas, a cada sinal fechado,
madrugada adentro e logo de manhã cedo Leila e Richetti faziam incursões,
explorando o terreno e expondo o próprio flanco ao inimigo, um jogo de palavras
que extraía de um e de outro o melhor de sua inteligência, bom humor e
erudição, parágrafos que caberiam em um roteiro de filme noir estrelado por Humphrey Bogard e Ingrid Bergman. Leila acordava
sorrindo e deitava-se sonhando acordada. O mundo parecia mais colorido, os
clientes mais simpáticos, os contratempos menores. O sorriso brotava-lhe com
facilidade incontornável, quase irritante. Isso não passou despercebido a
Fátima, sua secretária. “Viu o passarinho azul, doutora?” Depois daquela semana
em que cuidou de sentir o anzol bem cravado, marcaram um encontro. Ele viria de
Curitiba onde morava para um evento cultural, outra entrevista com plateia em
uma livraria.
Dois dias arrastaram-se
intermináveis até a data do encontro. Leila chegou cedo ao anfiteatro e sentou-se
na cadeira do canto na primeira fila, um misto calculado de discrição e
exposição aos olhos dele. Richetti entrou no palco pela coxia, os olhos aflitos
varrendo a plateia até localizá-la. Depois, mal conseguia concentrar-se nas
perguntas, os olhos desviando-se para ela a cada instante. A certa altura, um
chato tentou roubar os holofotes com uma daquelas perguntas que são menos
interesse legítimo na resposta que discurso narcisista, o que levou o moderador
experiente a encerrar a entrevista com a resposta padrão para essas situações:
“Então, fica aí a pergunta. Muito obrigado pela participação da plateia, etc,
etc.”
De pé, Leila esperou pacientemente
até que ele se livrasse dos cumprimentos, tapinhas nas costas, pedidos de autógrafos
e fotos diante de aparelhos celulares ao lado de fãs com sorriso de aeromoça. A
fama cobra seu preço, pensou entre ansiosa e divertida. Finalmente, puderam se
aproximar e ficar frente a frente, os corpos alinhados, paralelos, como
costumam ficar os corpos quando o foco no outro é total. A respiração de ambos
ligeiramente mais rápida, o sorriso recusando-se a ser contido. “Como vai?”
“Como vai você?” “Você está ainda mais linda hoje.”
Leila indicou um restaurante
mediterrâneo discreto e de boa cozinha. Beberam vinho e conversaram longamente.
Richetti estava maravilhado. Ela transitava com desenvoltura por literatura
contemporânea e pelos clássicos, inclusive por alguns autores que ele não tinha
lido. Voltaram a falar sobre arte, viagens e tangenciaram com prudência alguns
temas políticos. Leila tinha opiniões e curiosidade sobre quase tudo, era uma
interlocutora sagaz e excitante, não apenas do ponto de vista intelectual. “Que
achado!”, pensou Richetti. Ao fim do jantar ela sentia-se impressionada com os
modos gentis, a simpatia discreta e a vasta cultura artística dele. Parecia que
teriam assunto para décadas de conversa interessante.
A noite fluiu inevitável como um
rio para o apartamento dela. Na sala, Leila acendeu apenas o abajur ao lado do
sofá. Richetti elogiou a decoração enquanto esquadrinhava o ambiente, ela quase
podendo ouvir o cérebro de escritor dele trabalhando enquanto fazia inferências
e tirava conclusões de cada móvel de cada quadro, de cada objeto de decoração e
lembranças de viagens. Examinou a prateleira onde estavam os CDs “com a atenção
de um detetive em cena de crime”, ela pensou ao relembrar a cena mais tarde.
“Ora vejam, você também gosta de
ópera? Ou herdou os discos de alguma tia?”
“Não, eu realmente gosto. Mas só
ouço quando estou sozinha.” O que não é nada raro, completou mentalmente. Só
falta ele gostar de ópera também.
“E você, também curte uma ópera?”
“Gosto de música clássica em
geral, não especificamente ópera. Quais as suas favoritas?”
“Quem me emociona mesmo é Wagner.
Aquela coisa épica, cheia de som e fúria, mais do que o romantismo choroso dos
italianos.”
Depois ele esquadrinhou os
retratos no aparador. Fotos em sua maioria de viagens com as amigas. Ele
deteve-se em um porta-retratos que continha uma foto de família tirada uns
cinco anos antes no aniversário de oitenta anos uma tia. Quis saber quem era
cada um. Por último, perguntou quem era aquele rapaz bonito que a abraçava.
“Esse é o Betinho, meu primo, o
filho mais novo da tia Clara.”
Depois houve um interesse
excessivamente demorado, quase irritante, na estante de livros. Ela enfiou-se
entre ele e as prateleiras olhando-o fixamente, a boca entreaberta.
Quando a manhã começou a invadir
o quarto, Leila já estava acordada. Folheava com desinteresse um dos livros que
tinha na cabeceira. Repassava as emoções da noite e as chances de as coisas se
tornarem sérias dali em diante. Ele tinha as qualidades raras que ela prezava
tanto. Na verdade, muitas vezes ela oscilara entre pensar serem esses
predicados essenciais em um homem e achar que estas eram exigências pouco
práticas para quem deseja a sério livrar-se da solidão. Ele parecia estar
verdadeiramente interessado, e não apenas no seu corpo. Talvez ele pudesse ter
demonstrado de forma mais enfática o interesse físico, ter sido um pouco menos
gentil entre os lençóis. A certa altura pareceu-lhe que ele a olhava como quem
olha respeitoso e embevecido um quadro de um grande mestre, como quem manuseia
uma porcelana antiga ou um manuscrito raro. Talvez fosse apenas o jeito dele, o
tempo dele, uma noite apenas era muito pouco para conclusões definitivas. O
saldo, afinal, era extremamente feliz. Ela suspirou, sorriu e passou a mão
pelas costas dele.
Poucos dias mais e ela
desembarcava no aeroporto de Curitiba. Ele a aguardava no portão de desembarque
com um enorme e quase embaraçoso buquê de flores tropicais. Era a vez de ele
mostrar a ela onde morava, disse já na direção do sedã quatro portas, enquanto
deixavam o estacionamento.
A sala do apartamento no quarto
andar era ampla e clara, e tinha dimensões que não condiziam com a condição de
homem sozinho do proprietário. Diversas telas a óleo e acrílico, esculturas e
gravuras (inclusive duas de autoria da ex-esposa, ela notou) adornavam com
elegância discreta o cômodo voltado para um parque e para o nascente. Num
cômodo anexo, a mesa de trabalho atulhada e uma ampla estante em madeira
escura. Ela correu as lombadas com a ponta do indicador, comentando excitada
quando reconhecia um título ou um autor que já tivesse lido ou desejasse ler.
Richetti a observava embevecido de uma certa distância, a mente oscilando entre
observar o corpo de Leila, o som de sua voz e um sentimento narcísico em
exibir-se através de seus livros, seus quadros, sua casa.
xxxxx
“Gostou?”
“São lindos! Meu Deus, Richetti, isso
é uma joia. Sinceramente, meu amor, não precisava”. Tentava imaginar quanto
teriam custado. Certamente uma pequena fortuna.
“Coloque os brincos, vamos. Estou
há dias imaginando você usando-os”
Enquanto tirava os brincos que
usava, Leila sentia-se confusa. Qualquer mulher no mundo estaria radiante com o
mimo, mas aquela demonstração de prodigalidade em tão pouco tempo de
relacionamento a constrangia. Ele estava inteiramente empenhado naquela relação
tão fresca, tão recente, enquanto ela tinha suas reticências, que ela
considerava perfeitamente sensatas àquela altura dos acontecimentos. Um
descompasso que a incomodava. Mas afinal, de que ela tinha medo? Que mulher não
sonha, quantas vezes ela própria não sonhara em diversas fases da vida, em ter
um homem assim apaixonado a seus pés? Um homem culto, gentil e educado. E de
posses consideráveis. Não que ela precisasse de alguém que a bancasse
financeiramente, tinha orgulho confesso de seu sucesso profissional, de sua
independência financeira. Mas essas últimas semanas não tinham sido tão agradavelmente
intensas? Não lembrava se alguma vez na vida tinha vivido tão intensamente do
ponto de vista emocional. Provavelmente na adolescência, mas não conseguia mais
se lembrar se isso fora verdade um dia. Que mal poderia haver em entregar-se a
esse homem, viver assim ao sabor da emoção, deixar-se apaixonar, enlouquecer um
pouco que fosse, por algum tempo que fosse. Quantas mulheres na sua idade
podiam sequer cogitar viver essa experiência a essa altura da vida? Quantas
vezes ela própria concluíra ser melhor se contentar com a vida amorosa como
alguma coisa da qual ela já tivera seu quinhão e pronto, que se desse por
satisfeita e conformada?
Foi quando Richetti pôs a mão
novamente no bolso interno do paletó, agora do lado direito. Sacou um envelope
branco, que entregou a Leila.
“Que é isso?”
“Abra, meu amor.”
Dentro, duas passagens para
Buenos Aires para dali a uma semana e uma folha impressa em computador que ela
não conseguiu identificar de que se tratava de imediato. Ele não esperou que
ela decifrasse o texto em espanhol.
“Duas entradas para assistirmos
juntos ‘O Holandês Voador’ no Teatro Colón, em Buenos Aires. Wagner, Café
Tortoni, nós dois dançando tango. Que tal?”
Os lábios de Leila se entreabriram,
mas ela não soube o que dizer. Confusa, seus olhos pararam na placa vermelha, pequena
e luminosa que indicava a saída de emergência do restaurante, que ela via bem
acima do ombro esquerdo dele. Seus olhos permaneceram fixos ali, até que ele se
voltou para trás, tentando saber o quê ou quem prendera sua atenção.
“Que foi, minha querida? Viu
alguém conhecido? Quem é?”