Era uma vez um homenzinho que vivia dentro de um saquinho de pipoca. Um
dia, uma fada estava passando por ali e ouviu sua voz bem fraquinha se lamentando:
“Que tristeza, que tristeza, tristeza”, o homenzinho dizia. “Eu não
deveria ser tão pequeno nem morar num saquinho de pipoca. Eu deveria ser do
mesmo tamanho dos outros homens e viver numa casa de verdade, isso sim.”
A fada apiedou-se do pobre homenzinho e resolveu atender-lhe o desejo.
Então ela disse:
“Esta noite, antes de dormir, vire-se na cama três vezes e veja o que
vai acontecer.”
Quando chegou a noite, o homenzinho virou-se na cama três vezes e
adormeceu. Na manhã seguinte, quando acordou, ele viu que havia crescido, que
estava do mesmo tamanho dos outros homens e que estava em uma linda casinha
numa cidade do interior da Terra das Bandeiras. Ele ficou muito feliz, mas se
esqueceu completamente de agradecer à fada.
E a fada foi para o Sul e para o Norte, e para o Leste e para o Oeste,
pois ela tinha muitos assuntos a resolver. Um dia ela se lembrou do homenzinho
e resolveu passar para ver como ele estava. Quando se aproximou da porta da
linda casinha, escutou a voz do homenzinho se lamentando:
“Que tristeza, que tristeza, tristeza”, o homenzinho dizia. “Eu não
deveria ter um nariz tão pequeno nem morar numa casinha. Eu deveria ter um
nariz do mesmo tamanho dos outros homens e viver numa bela cobertura na
capital, onde eu pudesse conhecer uma boa moça e me casar, isso sim.”
A fada ficou um pouco decepcionada, mas apiedou-se mais uma vez do
homenzinho e resolveu atender-lhe o desejo. Então ela disse:
“Esta noite, antes de dormir, vire-se na cama três vezes e veja o que
vai acontecer.”
Quando chegou a noite, o homenzinho virou-se na cama três vezes e
adormeceu. Na manhã seguinte, quando acordou, ele viu que seu nariz havia
crescido, ficara até bem grande, mas bonito. E que ele estava numa bela
cobertura na capital. Passou a desfilar pela capital com seu belo nariz e não
tardou a conhecer uma boa moça e se casar com ela. Ele ficou muito, muito
feliz, mas se esqueceu de telefonar para a fada agradecendo.
E a fada foi para o Sul e para o Norte, e para o Leste e para o Oeste,
pois ela tinha muitos assuntos a resolver. Um dia ela se lembrou do homenzinho e
resolver passar para ver como ele estava. Quando chegou ao hall da cobertura e
se preparava para tocar a campainha, escutou a voz do homenzinho se lamentando:
“Que tristeza, que tristeza, tristeza”, o homenzinho dizia. “Eu não
deveria ser casado com uma mulher comum. Eu deveria estar casado com uma moça
muito linda, loura e de cabelos compridos, e que gostasse de fazer muitas
brincadeiras na cama, isso sim.”
A fada ficou bem aborrecida, mas apiedou-se mais uma vez do homenzinho
e resolveu atender-lhe o desejo. Então ela disse:
“Esta noite, antes de dormir, vire-se na cama três vezes e veja o que
vai acontecer.”
Quando chegou a noite, o homenzinho virou-se na cama três vezes e
adormeceu. Na manhã seguinte, quando acordou, achou um bilhete da fada, com instruções
para que ele fosse até o Brejo das Augustas, pegasse a primeira rã que lhe pulasse
aos pés e lhe desse um beijo na boca. E assim ele fez. E a rã se transformou em
uma moça muito linda, loura e de cabelos compridos, e que foi logo convidando-o
a brincar de pique, esconde-esconde e amarelinha na cama dele. Ele expulsou de
casa a mulher antiga, que era boa, e colocou a moça muito linda, loura e de
cabelos compridos em seu lugar. Eles se apaixonaram, brincavam todo dia na
cama, e ele gostava de desfilar com ela diante dos seus amigos, que agora eram
muitos. E dizia para eles: “Vocês nem imaginam onde eu encontrei essa moça
muito linda, loura e de cabelos compridos.” Mas ele nem se lembrou de mandar um
torpedo para a fada agradecendo.
E a fada foi para o Sul e para o Norte, e para o Leste e para o Oeste,
pois ela tinha muitos assuntos a resolver. Um dia ela se lembrou do homenzinho
e resolver passar para ver como ele estava. Quando chegou ao prédio onde ele
morava, pediu para subir, mas o porteiro avisou que o homenzinho não gostava de
receber qualquer um. Então ela pediu para falar com ele pelo interfone. Escutou
a voz do homenzinho se lamentando:
“Que tristeza, que tristeza, tristeza”, o homenzinho dizia. “Eu não
deveria ser casado com uma mulher apenas. Eu deveria ter todas as mulheres que
eu quisesse e brincar com várias ao mesmo tempo, isso sim.”
A fada ficou pau da vida, mas resolveu lhe atender o desejo. Então ela
disse:
“Esta noite, antes de dormir, vire-se na cama três vezes e veja o que
vai acontecer.”
Na hora do jantar, a moça muito linda, loura e de cabelos compridos
disse ao homenzinho que tinha escutado toda a conversa dele com a fada pela
extensão, e que não permitiria aquilo. Os dois começaram a discutir e o
homenzinho disse que assim ela ia acabar sendo devolvida ao Brejo das Augustas.
Ela ficou muito zangada e lhe apontou uma arma. Quando o homenzinho acordou na
manhã seguinte, descobriu que havia sido dividido em quatro pedaços e que cada
pedaço estava dentro de um saquinho de pipoca. Um saquinho havia sido
despachado para o Sul, outro para o Norte, outro para o Leste e outro para o
Oeste. A fada anda muito ocupada, resolvendo muitos assuntos e não quer mais
saber do homenzinho.
Muito bom!!
ResponderExcluirInspirou-se nos últimos acontecimentos?kkk
ResponderExcluirEsta história me parece familiar.....
ResponderExcluirFiquei com uma dúvida! Quando foi que o homenzinho contratou o seguro de vida milionário? Será que foi enquanto ainda estava dentro do saquinho de pipoca? Ou quando já residia na cidade do interior da Terra das Bandeiras?
ResponderExcluirNão, não... Deve ter sido na época em que vivia na cobertura, né?! ;-)
Nossa, Ralph, vc é terrível...! rs Mas a história está muito boa, como sempre! rs
ResponderExcluirBjs,
Fabiana