A proposta era clássica: "O Que Você Faria Se o Mundo Acabasse Amanhã", em forma de poesia. Imaginei como o Dicró, ilustre sambista, pagodeiro na melhor acepção da palavra, resolveria a parada. Humildemente, pedi inspiração aos sambistas vivos e mortos. Saiu o que se segue. Como não tem partitura, tentem imaginar uma mesa de bambas, com cerveja, uma branquinha, violão, cavaquinho, pandeiro e, claro, umas belas mulatas requebrando junto à mesa.
(aceito parceria para a música).
(aceito parceria para a música).
Pagode do Fim do Mundo
Apareceu-me um anjo num sonho
Me disse que o mundo já ia acabar.
Caí da cama num susto medonho
E achei que o melhor era me preparar.
Tomei uma branquinha, beijei a vizinha,
Soltei o cachorro, comi vatapá.
Mandei ver no torresmo, cerveja e picanha.
A consulta com o doutor eu mandei desmarcar.
(Refrão)
Por quê?
Porque vai se acabar!
Porque vai se acabar!
Deixa de ser mesquinho, aproveita o restinho,
E senta pra ver o mundo se acabar.
Pensei em ligar pro patrão e avisar
Mas o tempo era pouco pra tanto, afinal.
Torrei a poupança, gastei em brinquedo,
E fiz pra molecada um segundo Natal.
Falei: não precisa seguir pra escola
Comprei bala, pipoca, doce e guaraná.
Organizei uma pelada na praça
É chutando uma bola que eu vou me esbaldar.
(Refrão)
Depois tomei banho e botei um perfume,
Chamei minha nega pra gente deitar.
Não dormi de touca, eu beijei na boca,
Namoramos como antes de a gente casar.
Quando ela dormiu, levantei de mansinho
E fui pra varanda pra ver o luar.
Peguei o cavaco e fiz esse pagode,
Se amanhã vai dar bode, hoje eu vou caprichar.
(Refrão)
Obs: letra registrada sob nº 22899901d110605h131120_m1 no CCB
Obs: letra registrada sob nº 22899901d110605h131120_m1 no CCB
Olha a ginga e a malemolência do Dr Ralph!
ResponderExcluirAdorei o "aproveita o restinho", datadíssimo!
Lara Kauss
Ralph, confesso que tentei imaginá-lo pagodeando ao lado do Dicró, mas não consegui...
ResponderExcluirA única imagem que me vem à cabeça envolvendo vocês dois tem um consultório em volta e você, de estetoscópio em punho, tenta convencê-lo a beber menos por uma questão de saúde, enquanto ele, com aquela cara de quem odeia a sogra, pondera: "mas, doutô...".
Brincadeiras à parte, quando for lançar o primeiro CD, me convida, tá? Adoro um sambinha!!! ;-)